Headhunters - Caçadores de Cabeças

Título original Hodejegerne Realização Morten Tyldum IMDB

Roger Brown (Aksel Hennie) é um “headhunter” em Oslo. Apesar de ocupar uma posição de topo, tem uma casa demasiado luxuosa e leva uma vida demasiado faustosa. Mas não pode recuar em nada porque vive obcecado de que o mínimo recuo no nível de vida leve a que a sua mulher, Diana (Synnøve Macody Lund), o deixe. Para pagar o estilo de vida, Roger mantém uma vida secreta como ladrão de arte. Numa galeria, Diana apresenta-lhe Clas Greve (Nikolaj Coster-Waldau), holandês recém-chegado a Oslo que estará na posse de um quadro valioso e que ao mesmo tempo será um óptimo “match” para uma posição de CEO numa empresa tecnológica. Roger decide aliciar Clas para a posição de CEO como forma de sacar informações para roubar o quadro, mas acaba por colocar-se dentro de uma trama que não consegue controlar.

Um filme norueguês estrear em Portugal é caso tão raro que só isso me faria ir ao cinema para o ver, apesar do atraso na estreia – produzido em 2011, distribuído internacionalmente em 2012, estreado em Portugal em 2013! Portugal continua a ser um fim-de-mundo para tudo o que não seja produção americana. Se for americano, mesmo que de 4.ª categoria, estreia nos nossos cinemas, mesmo que na América o distribuidor só o tenha estreado em 5 salas em Buffalo ou o tenha mandado direct-to-video. Enfim.

“Headhunters” é a adaptação de um thriller de Jo Nesbø (editado em Portugal pela Dom Quixote com o título “Caçadores de Cabeças”). Não sei se estreou em Portugal pela popularidade alcançada nos últimos anos pelo “policial nórdico” enquanto género ou se por ter no cartaz o dinamarquês Nikolaj Coster-Waldau (o “Jaime Lannister” de “Game of Thrones”), mas, seja qual for o motivo do distribuidor, ainda bem que estreou. Especialmente porque um dia destes há-de aparecer o “remake” americano e depois toda a gente acha que o filme americano é que é o original.

Cinematograficamente falando, “Headhunters” é escorreito. É eficiente e bem filmado, mas dentro do “padrão industrial”. A nível de género, estamos perante um falso “film noir” porque na verdade “Headhunters” é um filme de acção, embora “embrulhado” de “film noir”. A maior parte do filme é passado em cenas de acção enquanto Roger tenta escapar da embrulhada em que se meteu.

O elenco tem um desempenho sólido. Synnøve Macody Lund não tem muito tempo de ecran mas destaca-se. Nikolaj Coster-Waldau é um bom “mau da fita”. Há outras interpretações que se destacam embora a sua presença seja curta no filme, como os polícias que vão buscar Roger ao hospital – não indico os nomes destes actores porque não os consegui identificar – sorry!

O ponto fraco do filme acaba por ser o final. Roger envolve-se numa trama que é demasiada areia para a sua camioneta, mas, no fim, acaba por resolvê-la de uma forma tão “inteligente” que o espectador acaba a pensar “então se eras tão esperto, porque é que andaste neste descontrolo o filme todo?”.

Em resumo, filme de acção competente com uma reviravolta final pouco condizente com a história anterior. Vê-se bem, mas não é imperdível.