Friday 26 July 2013

Mestres da Ilusão

 nysm
Título original Now You See Me
Realização Louis Leterrier
IMDB  

No início do filme vamos tomando contacto com as personagens dos ilusionistas: Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), um ambicioso performer de rua, a deslumbrante Henley Reeves (Isla Fisher) que se dedica aos números de escapada, Merritt McKinney (Woody Harrelson) um “mentalista” e Jack Wilder (Dave Franco) um jovem prestidigitador. Todas estas personagens recebem uma carta de tarot com uma estranha marca aparentemente de tipo maçónica cujo significado permanecerá um mistério para a audiência até ao momento certo, mas cujo significado é entendido pelos ilusionistas. Através da carta de tarot chegam a uma morada onde têm de desvendar em conjunto um enigma. A acção salta para um ano depois, na estreia de um espectáculo conjunto dos quatro ilusionistas, denominado “The four horsemen”, num gigantesco recinto de Las Vegas. A pièce de résistance é o número final: os four horsemen assaltarão o banco de uma das pessoas que assiste ao espectáculo, e o sorteio desse “assistente do público” será feito pelos próprios espectadores. No meio da incredulidade-mas-isto-é-a-sério-ou-a-brincar é sorteado um espectador. O senhor é francês e é cliente de um banco em Paris. No fim do truque chovem notas de euro sobre a plateia. Entretanto, em Paris, a agência do banco encontra o cofre vazio. O FBI destaca Dylan Rhodes (Mark Ruffalo) que já tem à espera a inspectora francesa Alma Vargas (Mélanie Laurent) – “agente da Interpol” porque os argumentistas no fundo não fazem a mais pequena ideia de como funcionam as polícias ou a Interpol, mas pronto, já outros cometeram o mesmo lapso e o filme está mesmo a cair no goto. Rhodes e Vargas conhecem Thaddeus Bradley (Morgan Freeman), um entertainer/debunker que faz programas de televisão especializados em desmascarar os truques dos ilusionistas. A partir daqui o filme é uma autêntica montanha-russa: a task force policial quer apanhar os four horsemen, os debunkers querem desmascará-los, os four horsemen executam números à Robin Hood, os media deliram. Há enigmas, investigações, perseguições, mistérios e tudo converge para o último acto onde alguém será preso e haverá ainda uma reviravolta final.

Now You see Me é surpreendente. Quando parece que se vai deixar apanhar nas armadilhas do costume consegue sempre trocar-nos as voltas. Quando chega à reviravolta final o espectador acaba por já ter percebido quase tudo e o efeito não é totalmente conseguido. É a pecha dos filmes americanos cheios de plot twists, agora: o final é sempre um problema. Neste caso perdoa-se dado que a viagem é de tal forma espectacular que seria difícil o final encher completamente as medidas, mas o último twist podia ter saído melhor. Acho que o espectador sai da sala com pena de que a equipa de ilusionistas não tenha um pouco mais de tempo de ecran mas percebe-se, dado que para a estrutura do filme funcionar o espectador não pode saber demais sobre os movimentos dos four horsemen, mas um elenco tão fabuloso! Deve ser o ensemble mais inesperado e fabuloso dos filmes estreados em 2013! Sente-se falta de vê-los actuar juntos um pouco mais. Algo que o filme faz especialmente bem é nunca desvendar os segredos antes das ilusões. O espectador é tão apanhado de surpresa como as outras personagens, o que é perfeito. Mark Ruffalo tem uma interpretação muito boa, ele que continue a ser actor em vez de se meter a realizar coisas absurdas. Mélanie Laurent vai tão bem que quase é o polícia principal da história. Os actores em supporting roles são fabulosos: Freeman, Caine, a task force policial, as pessoas da assistência, a senhora que aluga um apartamento aos polícias em New Orleans… impecável! Um filme de entretenimento americano, adulto e até inteligente, em que o essencial não são os efeitos especiais (embora tenha muitos e bons, alguns até um pouco despropositados, como “blueprints” em holograma) mas as interpretações. Um achado!

1 comment:

  1. Mais um a que tenho que estar atenta, é o que é!
    O problema dos filmes com voltas e reviravoltas é que depois os fins raramente estão à altura.

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